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Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na Educação Infantil

Desde 1996, a Educação Infantil passou a integrar a Educação Básica, por meio da Lei de Diretrizes e Bases. Tal fato foi importante para uma mudança de perspectiva: a Educação Infantil já não é mais vista como apenas uma etapa preparatória para o Ensino Fundamental, mas sim como uma etapa com especificidades e valores pedagógicos característicos.

               Em 2017, foi homologada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), importante documento que descreve competências e habilidades de aprendizagem e desenvolvimento que os estudantes brasileiros devem alcançar nas respectivas etapas da Educação Básica (Educação Infantil / Ensino Fundamental / Ensino Médio).

               A BNCC define que os eixos estruturantes da Educação Infantil devem considerar tanto as interações quanto as brincadeiras.

 A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções. 

(BRASIL, 2018, p.37)

 

A criança, portanto, é vista como “sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2010, p.12).

               Os direitos de aprendizagem estabelecidos pela BNCC na etapa da Educação Infantil são:

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

               Tais direitos de aprendizagem e desenvolvimento devem ser colocados em prática a partir dos seguintes campos de experiências, a saber:

O eu, o outro e o nós – Através da interação com colegas e adultos, as crianças constroem um jeito particular de agir, sentir e pensar e, assim, descobrem a existência de outros pontos de vista e, inclusive, outros modos de viver. É neste campo de experiências que são oportunizadas experiências importantes para a valorização da identidade e a noção de pertencimento a um determinado grupo.

Corpo, gestos e movimentos – Abarca experiências corporais e sensoriais através das brincadeiras, gestos, mímicas e outras atividades que promovem o conhecimento sobre si e sua cultura.

Traços, sons, cores e formas – Neste campo de experiência são exploradas diferentes manifestações artísticas e culturais.

Escuta, fala, pensamento e imaginação – Potencializa experiências com a linguagem verbal escrita e oral, promovendo assim, o desenvolvimento do pensamento e imaginação.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – Oportuniza a investigação de noções de tempo, espaciais, de quantidade, entre outras. Abriga também as transformações ocorridas em materiais e situações, promovendo a construção de conhecimentos.

                  Conhecer e colocar prática o requerido pela BNCC, confirmam a relevância da integração e articulação dos conhecimentos, uma vez que, apesar de descritos individualmente, os campos de experiência se entrelaçam. Desta forma, propor atividades pensadas a partir de um campo de experiência, não excluem os objetivos presentes nos demais campos.  

Objetivos de aprendizagem da Educação Infantil

                Os objetivos de aprendizagem na Educação Infantil estão organizados em três distintos grupos divididos por faixa etária. Importante ressaltar que esses grupos não são estagnados, uma vez que existem diferenças de ritmo de aprendizagem que devem ser consideradas na prática pedagógica.

1º grupo: Bebês de zero a 1 ano e seis meses.

2º grupo: Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses).

3º grupo: Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

 

Como identificar os códigos das Habilidades da BNCC

 

        Os códigos das habilidades da Educação infantil começam com a sigla EI.

        Na sequência, estará descrito o grupo etário: 01, 02 ou 03.

        Depois, o código do campo de experiência:

O eu, o outro e o nós – EO

Corpo, gestos e movimentos – CG

Traços, sons, cores e formas – TS

Escuta, fala, pensamento e imaginação – EF

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – ET

 

        E, por último, o número da habilidade em questão.

         Vamos ver como funciona na prática?

 


 

 

        E você, professor(a) da Educação Infantil, como tem lidado com as habilidades da BNCC? Conseguiu trabalhar de acordo com elas neste ano de 2021?

        Esperamos que este artigo tenha ajudado um pouco mais na compreensão da importância, características, objetivos e especificidades da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil!

 Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: SEB, 2010. Disponível em:  <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf> Acesso em 21 dez. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: SEB, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br> Acesso em 21 dez. 2021.

Por: Karen Trefs
Formada em Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)
Pedagoga formada pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP)
Pós-graduada em Alfabetização e Letramento pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS)